Manifesto Poético I A boca procura significado, mas circular, é vício que turva; embora o ser sejamos, perpétuo, a língua assim consciência, consciência-linguagem, alfim, tautológica, chega-nos em que perece, parece e nada se faz; no espelho a carne é palavra, palavra-carne, decomposição. Cada palavra cruzada Cada grama vertido em corpo Cada corte um grito que desaba no silêncio A pele é abismo II diviso, além, onde o fim?, à tona o étimo primordial, a fundação do corpo, a verdade inominável, virá?, esvai, mais ao fundo, esvai, uno tornando-se múltiplo, a própria face noutra face, noutro ventre, uma nova língua, onde o fim?, esvai... III adentro solidão, outro inverso , a matéria refletida; igual miragem ___ Pretende-se aqui desenvolver, portanto, a partir do layout dos crucigramas (palavras-cruzadas), um estilo cujas obras transmutem o verbo em material simbólico, fragmentado. Sendo a escolha desse modelo específico